Testemunho de Anna Jeanne Moore Price

Testemunho de Anna Jeanne Moore Price

Lembro-me muito bem daquele domingo de tarde. Eu já era uma senhorita e estava falando no telefone. Enquanto eu olhava pela janela da sala, vi um automóvel da marca Ford do ano de 1938 que entrava para a nossa casa. Tinha uma cauda de esquilo pendurado na antena, e pensei que era um menino que tinha vindo para ver o meu irmão e assim continuei falando. Observei enquanto o condutor saiu e parou e olhava em volta; eu me perguntava se eu deveria sair para ver quem era e a quem estava procurando. Mas de repente fui capturada pela expressão de seus olhos profundos. Pareciam ter uma profundidade de intensa percepção, e por alguma razão eu senti que me brotavam as lágrimas. Eu parei em frente à janela e chorei.

 

Isso foi no ano de 1947, mas eu nunca havia me esquecido daquele profundo olhar, e o pensamento de que esta não era uma pessoa comum. Quão certo. Os meses e anos que estavam adiante o provariam, enquanto nossas vidas deram uma volta inesperada... tal como as vidas de outras milhares de pessoas.