Princípios do Amor

Princípios do Amor

Princípios do Amor – 7/07/1991

 

   Este sermão foi pregado no culto de encerramento de um pequeno encontro ocorrido na cidade canadense de Mississauga, onde lá durante alguns dias, o Rev. Lee Vayle esteve ministrando alguns estudos doutrinários e revisto alguns irmãos já de longo companheirismo. O tema escolhido foi sobre o amor.

       Anteriormente o irmão Branham havia crido que a evidência do batismo com o Espírito Santo era o amor. Porém após uma conversa franca com o Rev. Lee Vayle em West Palm Beach, convenceu-se de que não poderia ser, pois o apóstolo Paulo havia dito que embora demonstrássemos um sacrifício tal como o de entregar o nosso próprio corpo físico para ser queimado em favor de alguém e, mesmo assim não tivéssemos amor, isso de nada serviria. Então o irmão Branham aprofundou o seu entendimento sobre a questão, compreendendo que a evidência do batismo com o Espírito Santo era crer na Mensagem da hora, a Palavra revelada de Deus.

     Deus é a Palavra. Porém Deus também é amor e há somente um amor real que é o amor do próprio Deus derramado no interior de nossos corações pelo Espírito Santo, através do Seu canal que é a Sua Palavra. Portanto aquele que cre em Sua Palavra terá o amor de Deus. Paulo disse que os dons um dia cessam, porém o amor de Deus dura para sempre. Este amor que vem de Deus é um amor sofredor, benigno, sem dissimulação ou hipocrisia. Ele não se ensoberbece e nem se porta de maneira inconveniente, não se irrita e não se magoa, suporta tudo com fé, esperança e paciência, o que significa que ele possui um preço, um custo. Aquele que quiser amar terá que estar disposto a pagar pelo seu preço.

    Todo o gesto de amor por menor que seja exige um sacrifício. Não se ama de graça. Por conseguinte, um preço precisa ser pago. Se quisermos provar que amamos teremos que estar dispostos a pagar o preço disso, como abrir mão às vezes de nossas “verdades” e opiniões pessoais e sacrificar determinadas coisas tais como desejos, sonhos, planos, direitos ou até mesmo dinheiro. As Escrituras mostram que o amor de Deus é sacrificial.

    Quando Adão viu a esposa que o Senhor Deus lhe fizera disse a ela: “Tu és osso dos meus ossos...”. O que Adão estava fazendo na verdade foi uma pequena declaração de amor. Foi como se ele dissesse: “Agora você é parte de mim e eu de você. Somos um só corpo e uma só carne. Portanto sempre estaremos juntos. Onde eu estiver tu estarás comigo, e para onde fores, lá estarei”. Porém quando sua esposa lhe apareceu, confessando ter transgredido o único mandamento dado por Deus após ter sido enganada pela serpente, Adão não sendo enganado, sabia perfeitamente que Eva deveria ser expulsa do jardim e morrer pelo delito cometido. Mas como agora ele poderia cumprir com as suas juras de amor? Como provar que aquelas suas palavras foram sinceras?

    Foi neste momento que Adão percebeu de que não se deve amar somente com palavras, mas também com atitudes e ações. Se ele antes havia declarado o seu amor para a sua esposa, agora era necessário prová-lo, mesmo que isso lhe custasse algo, como abrir mão do próprio companheirismo que ele possuía com Deus no jardim. Ele estava preso às suas palavras e somente após ter compartilhado do mesmo pecado de sua esposa é que ele teria certeza de que para onde ela fosse, ele estaria com ela.

     O irmão Branham nos ensinou que o amor de Adão para com a sua esposa foi um tipo perfeito do amor do Senhor Jesus Cristo pela Sua Igreja. Ele pos o Seu manto de lado e abandonou a glória que Ele possuía com o Seu Pai desde antes da fundação do mundo, e veio até nós para compartilhar do mesmo corpo de pecado que o nosso, a fim de entregá-lo em sacrifício pelo pecado original cometido e dar-nos o ministério da reconciliação, para assim termos a certeza de que onde Ele estivesse nós estaríamos com Ele.

    Deus declarou o Seu amor por nós por meio dos Seus profetas e salmistas quando prometeu a vinda desse Filho. Ele estava preso às Suas Palavras e havia feito um juramento em Seu próprio Nome. Porém Seu amor não ficou apenas em palavras. Ele provou o Seu amor, o que significa que isso Lhe custou algo. Ele enviou o Seu Filho Unigênito e O amou ao saber que o Seu Filho também esteve disposto a pagar o preço do amor com o Seu sofrimento e dar deliberadamente a Sua vida pela raça humana sem Se envergonhar de nos chamar de irmãos, pois sabia que éramos todos de uma mesma origem.

    Entretanto, o Filho demonstrou humildemente através de Sua obediência não somente o Seu amor por nós, mas também pelo Seu Pai. Ele suou gotas de Sangue no jardim do Getsêmani tentando lutar Consigo mesmo para poder cumprir com a perfeita vontade de Deus, de modo a não fazer nada que fosse contrário à Sua Palavra. E ao usufruirmos deste amor precisamos ser também um exemplo dele. Jesus havia dado um novo mandamento aos Seus discípulos ordenando que se amassem uns aos outros da mesma maneira como Ele havia amado. Ele foi em busca do necessitado a fim de auxiliá-lo a qualquer custo e assim devemos também fazer o mesmo dando prioridade aos da família da fé, porque quando estávamos em necessidade, Deus veio em nosso socorro.

    O irmão Branham também disse que o amor de Deus é corretivo. Deus precisou expulsar o casal do jardim do Éden não porque Ele era injusto ou cruel, mas porque os amava e precisava corrigi-los. Todo o filho de Deus que O desobedece precisa passar por uma correção e ser reeducado, como demonstrado em Hebreus 12, que é o capítulo da disciplina. O amor de Deus não é a correção em si, mas ela é uma comprovação de Sua paternidade, pois Deus somente pode corrigir aos Seus filhos como um pai corrige um filho a quem ama. Mas os que são desprovidos de correção provam serem bastardos e não filhos de Deus genuínos. Os filhos ilegítimos não suportam a correção de Sua Palavra enquanto que os filhos de Deus são corrigidos em suas atitudes e em sua maneira de pensar, de forma a atingirem a estatura de varão perfeito e servirem a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor.

    Há um custo na correção, tanto para aquele que é corrigido, como para aquele que corrige. Aquele que é corrigido deve aceitar a sua correção com paciência, pois isso o tornará participante da santidade de Deus. Onde houver um erro ou uma falha, se existe amor, ele estará obrigado a corrigir aquela vida a fim de que ela se acerte com Deus para o seu próprio bem. Toda a confrontação também deve ser evitada, pois onde há contenda há falta de conhecimento e só o conhecimento de Deus corrige todo o erro. E quando nos dispomos a arcar com os custos do amor chegamos ao ponto de sermos um com o Pai, que tem constantemente pago o seu preço.

    Ao nos corrigir, Deus é submetido a uma posição de humildade uma vez que Ele precisa condescender e chamar o homem ao arrependimento antes de lhe investir qualquer juízo. Mesmo nesta era negra em que vivemos onde o homem tem rejeitado a Deus e a Sua Palavra, Ele ainda assim continua batendo na porta para convencê-lo a receber a verdade e andar na luz. Deus está pagando um preço para tentar Se aproximar do homem que tem rejeitado a Sua Palavra. Ele tem Se humilhado a fim de provar o Seu amor. Ao bater na porta isso tem Lhe custado algo. Significa dizer que Deus provou o Seu amor por nós e continua provando, pois Ele ainda persiste em trabalhar em prol de Seus filhos.

    As Escrituras revelam que ao criar o mundo Deus trabalhou até fatigar-se. A obra da criação não foi uma obra fácil para Ele. Ela Lhe custou algo e Ele precisou repousar. Ao concluir o Seu trabalho Deus havia posto o homem, a coroa de Sua criação, no jardim do Éden para também trabalhar, porém sem nenhuma necessidade de correção, até o dia em que ele caiu. Desde então, a fim de demonstrar o Seu amor, Deus tem voltado ao trabalho para dar ao homem pecador a plena redenção, ao enviar o Seu Filho para a propiciação de seus pecados e habitado em meio aos homens de modo a restaurar a Sua Liderança e criar um novo céu e uma nova terra, onde nela a raça humana redimida possa reinar imortal. Toda a criação está aguardando com ardente expectativa pela revelação dos filhos de Deus. E tudo isso possui um custo que é requerido do amor.

    Deus tem feito uma nova obra para que a Noiva entre no Seu repouso e da mesma forma a Noiva também precisa trabalhar para entrar nesse repouso. A palavra da promessa é a apresentação da Noiva à Cristo pela qual Ele Se doou, formada pelos filhos instruídos que avidamente aguardam pela Ceia das Bodas, para juntos comerem e beberem com Aquele que os resgatou e os amou com um amor sem fim. Nesta nova criação não haverá lembrança das coisas velhas e nem muito menos a morte ou qualquer separação, pois na eternidade todos permanecerão unidos em amor que é o vínculo da perfeição.